quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Taís Araújo: “Adoraria fazer um filme das Empreguetes”





Como os quase três milhões de fãs que já escreveram para dar força à campanha “Empreguetes para sempre”, a atriz Taís Araújo também sente o afastamento do grupo que sua Maria da Penha formava até outro dia com Maria do Rosário (Leandra Leal) e Maria Aparecida (Isabelle Drummond) na novela Cheias de Charme (Globo, 19h). “Tomara que tenha pelo menos mais um show, né? Não sabia que aquele com o João Neto e Frederico (que foi ao ar em 6 de agosto) seria o último, então nem aproveitei direito”, lamenta a atriz, numa conversa animada com o blog no caminho entre os estúdios de gravação do Projac e sua casa, no Rio.


A Penha é uma personagem de composição bem marcada e com muitas camadas. É seu maior mergulho no humor?

Não. Acho que a Ellen de Cobras & Lagartos (2006) era mais humor mesmo, mais sarcástica e doida. O bacana da Penha é que ela não é aquele tipo de personagem que é colocado para cumprir uma função na trama. É um tipo raro de personagem, e eu consigo fazer de tudo, do humor mais engraçado ao drama mais dolorido. Lembra do começo dela como foi sofrido?  Acho que ela é a que mais sofreu das três.

Ela é a mais experiente das três e a que menos mudou das três quando veio o sucesso e o dinheiro, não? Por que será?
Ela não mudou nada. Acabou a obra da casa que parecia eterna, comprou um carro bacana, mas de um preço honesto… Ela não se deslumbrou. Ela vive dizendo que tem muito dinheiro guardado. Acho que é a maturidade – ela tem filho pra criar, não pode vacilar. A Penha é profunda para uma novela das 7. E discutimos questões profundas com a leveza que a novela das 7 exige. Com as Empreguetes, a Penha teve a oportunidade de ver o mundo de uma maneira diferente da que ela estava predestinada, e ficou com o senso crítico apurado. Ela viu que há outros homens no mundo e que ficar presa ao Sandro (Marcos Palmeira) é um erro, por exemplo.


Você, que já interpretou várias mulheres do povo, como a Preta de Da Cor do Pecado, que volta a ser reprisada à tarde em breve, vê Cheias de Charme como uma novela sob medida para a “nova classe C”?

Fala-se muito sobre a classe C, que é onde todo mundo quer chegar, que é quem está consumindo mesmo. Acho que a novela retrata a classe C, mais do que ser feita sob medida para ela. E é um retrato sem pudor, não é para inglês ver. Ela retrata mais do que é sobre. A novela é muito vista pela classe C, mas também por todo Brasil. É um olhar muito carinhoso, com o devido respeito. Os autores são muito cuidadosos, por isso a novela é muito humana e os personagens são quase reais. É muito contemporânea, em vários detalhes. O Elano (Humberto Carrão), por exemplo, um menino da favela que conseguiu estudar e se formar advogado; o Kleiton (Flávio Neppo), que é um gênio da computação escondido na favela. São pessoas que estão por aí. A realidade do Brasil é essa, agora.

É verdade que vocês têm recusado convites para fazer turnês como Empreguetes?
Nunca houve convite, não. E eu nem pensei nisso, porque na minha cabeça é tanto uma coisa de ficção que seria muito esquisito ultrapassar esse limite. Imagina eu chegando nos lugares? As pessoas esperam ver a Penha, não eu. Fora do palco eu faria como? Seria a Penha o tempo todo? Muito esquisito pra mim, viu… Mas a novela foi muito curta, os personagens vão deixar muita saudade. Não entra na minha cabeça a ideia de sair pelo Brasil como Penha, mas, de repente, fazer um filme ou uma série das Empreguetes.

Agora, o que todo mundo quer saber: as Empreguetes vão voltar?
Essa é a única novela que eu faço de que não sei mesmo o final… Sobre com quem ela vai ficar, já desisti de imaginar. Achava que ela ficaria com o Sandro, daí comecei a roubar pra ele em cena. Depois, achei que seria o Otto (Leopoldo Pacheco), então roubei pra ele. Quando entrou o Gilson (Marcos Pasquim), eu desisti! (risos). Não sei o que vem, mas adoraria fazer um show final. Não sabia que aquele do Lelelê seria o último, então não aproveitei tudo o que poderia. E acho que o público também merece, né?

Fonte: Veja

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