sábado, 11 de agosto de 2012

Taís Araújo: “Eu não queria desfilar só de biquíni”



Taís Araújo está em todas. No horário nobre da televisão, capas de revista, entrevistas na televisão. Aos 30 anos, mais madura e no auge da forma física, ela se tornou a primeira protagonista negra de uma novela das oito (já havia sido a primeira das sete, em Da Cor do Pecado, em 2004), como mais uma Helena de Manoel Carlos. Na semana passada conversei com a atriz para uma nota na coluna Quem de Época. Ela já estava gravando um capítulo de Viver a Vida desde as 7h15 da manhã, numa externa, e chegou ao Projac atrasada para as cenas de estúdio. Batemos um papo no próprio camarim, enquanto ela era maquiada e um cabelereiro dava os retoques nos cachos de sua cabeleira. Cansada, Taís viajou deitada no carro que a levou para o Projac, achatando os cachinhos da cabeleira. Enquanto falava sobre a felicidade com o papel e sobre como está malhando e segurando a alimentação, a atriz comia um belo brigadeiro. “Dou uma abusada quando acho que eu mereço”, disse, bem humorada. Taís contou ainda que teve medo de desfilar só de biquíni – mas depois gostou do resultado.


O que você tem feito para manter a forma?

Corrida e musculação. Todos os dias. Nunca fui fã de pegar peso, minha praia era alongamento, balé. Mas, desde março, quando eu soube que o papel de Helena era meu, comecei minha preparação. Afinal, ela é uma modelo internacional. Cortei os carboidratos à noite e reduzi gorduras, com acompanhamento de um nutricionista. Mas o que mudou mesmo foi o tônus, a firmeza do meu corpo. Estou com a perna definida como nunca. Não posso dizer que gosto de musculação, embora esteja adorando o resultado.

E esse brigadeiro aí?


Pois é, o meu básico tem sido salada, coisas leves, o que nem é sacrifício pra mim. Mas de vez em quando eu me dou o direito de comer um fast food, um brigadeiro. Quando eu acho que eu mereço.



Você emagreceu, malhou, mas não perdeu as curvas.

Eu tenho mais curvas que a Estrada de Santos! Isso eu não vou perder nunca, graças a Deus! Por mais que eu emagreça, nunca fico esquelética. É minha genética. As mulheres lá de casa são assim: cinturinha e bundão. Acho ótimo, corpo feminino é lindo. Mulher não pode ter corpo de homem.

Fazer 30 anos mudou alguma coisa pra você?

Eu tenho dito pra todo mundo que meus 30 anos estão me tratando muito bem, obrigada. Um papel maravilhoso, maturidade na vida. Um momento de reavaliação do meu comportamento, hora de pensar o que mudar e o que manter.

É importante que se lembre a toda hora que você é a primeira protagonista negra da novela das oito?

Quando eu fiz Da Cor do Pecado, o fato de eu ser negra era uma questão da novela, fazia parte da trama. Minha personagem, a Preta, vivia um relacionamento interracial, sofria preconceito. Mas em Viver a Vida isso simplesmente não existe. Nem consta da sinopse o fato da Helena ser negra. Não há rótulos. Esse é um dos serviços que essa novela está prestando. Não importa a minha cor e o Maneco (Manoel Carlos, autor) tem repetido isso a toda hora. Mas, da mesma forma que eu falei quando fiz a Da Cor do Pecado, digo agora que é importante as meninas terem referências de atrizes negras. Não só eu, mas Camila Pitanga, Sheron Menezes. É uma quebra de padrão.




O cabelo afro ajuda?

Eu gosto que a Helena tenha esse cabelo porque é bem natural e eu já estava usando assim. Metade disso é meu, a outra metade é aplique. É bom pra todo mundo ver que cabelo crespo também é bonito, colocar abaixo a ditadura do cabelo liso. Mas também não vejo necessidade da ditadura de que as negras precisam usar cabelo crespo. O importante é cada mulher se sentir bem, bonita. Eu mesma usei cabelo liso por um bom tempo e não vejo problema. Uma mulher não vai ser mais ou menos negra se usar cabelo liso.

Você já está confortável como Helena?

Desde que li os primeiros capítulos eu tive consciência de quem ela era. Mas são 200 capítulos! Agora que a novela está indo ao ar eu estou podendo ver o que eu fiz até aqui e esse feedback me ajuda a afinar o meu trabalho. Ela é uma mulher sem grandes rompantes, mas não é politicamente correta, não. Ela tem muitas falhas, como todo mundo. E como é atirada! Se está a fim de um homem, vai sentando no colo dele! Que heroína é essa que não faz doce?

Você não faria o mesmo?

Não! Eu teria vergonha. A Helena me dá um banho em praticidade, em desenvoltura e determinação. Eu jamais sentaria no colo de um homem de quem estou a fim, sou do tipo que fica esperando ele ligar. Mas acho bacana quem tem essa coragem.

Então foi o Lázaro (Ramos, namorado da atriz) que correu atrás de você?

Ah…não, não foi bem assim…deixa pra lá. Mas acho bom ter ímpeto, muito bom mesmo.

Você começou sua carreira como modelo. Chegou a desfilar?

Não, sou muito baixinha pra passarela. Fazia, aos 13, 14 anos, fotos de publicidade. Ao mesmo tempo, eu já tinha aulas de teatro e, com 15 anos, estava a novela Tocaia Grande, na Manchete, e aí larguei a carreira de modelo. Mas é um universo que me interessa, tenho muitos amigos modelos.

Gostou de desfilar na novela?

Confesso que pedi às figurinistas alguma coisa pra tampar o meu bumbum no desfile de moda praia. Uma maluquice minha, neura total. Mas elas me convenceram de que as tops desfilam de biquíni mesmo, não tem jeito. Então eu fui em frente, mas temi o resultado. No final, gostei, fiquei feliz. Valeu ter malhado.



Fonte: Revistaepoca

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