sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Garota simpatia


 Jorge Rodrigues Jorge/CZN


Se Taís Araújo tivesse de ser definida em uma palavra, a melhor certamente seria “simpatia”. A moça esbanja. Fala com todo mundo, não é dada a chiliques e está sempre disposta a colaborar. Para completar, tem excelente senso de humor, seja fazendo piada















Se Taís Araújo tivesse de ser definida em uma palavra, a melhor certamente seria “simpatia”. A moça esbanja. Fala com todo mundo, não é dada a chiliques e está sempre disposta a colaborar. Para completar, tem excelente senso de humor, seja fazendo piada com seus colegas, seja rindo das próprias trapalhadas. No fundo, porém, a Preta de “Da Cor do Pecado”, jura que esse jeitão desencanado faz parte do universo de uma pessoa tímida. “Você não tem noção. Às vezes encontro colegas pelos quais tenho a maior admiração e só sai um ‘oi, tudo bem’. Olha que imbecil!”, tripudia. 

A autocrítica mordaz nem de longe condiz com a realidade. De tola a atriz não tem nada. Dona de opiniões bem-construídas, Taís saboreia o sucesso que tem feito na pele da ética Preta - e com ela a chance de ser a primeira protagonista negra de uma novela da Globo. “Essa é a maior responsabilidade da minha vida. Posso estar participando de uma revolução cultural nesse país”, exagera. 

A afirmação, no entanto, só foi amadurecida quando a novela já estava no ar. “Eu me protegi mesmo. Coloquei uma armadura e disse para mim mesma que aquilo era normal, que só iria trabalhar mais que os outros”, recorda Taís, que acaba de conquistar uma regalia e tanto. Não grava mais aos sábados. “Ralo bastante a semana inteira e agora posso planejar meu fim de semana”, gaba-se, feliz da vida.
A alegria não se dá somente pela folga, é claro. Cada vez que discorre sobre o perfil de sua personagem e a história contada diariamente pelo autor João Emanuel Carneiro, a atriz fica com os olhos negros ainda mais brilhantes. “Estamos mostrando uma história de amor muito bonita, e isso comove as pessoas”, acredita Taís. 



Jorge Rodrigues Jorge/CZN

Não apenas uma, mas várias histórias de amor, entrega e abnegação cercam a trama das sete da Globo. Entre elas a relação de eterna cumplicidade de Preta e Raí, o menino vivido por Sérgio Malheiros. “Ele é um filho quase utópico. Não dá trabalho, é compreensivo, é amigo da mãe”, observa Taís, que ao ler a sinopse original levou um baque ao se ver mãe de um garoto de oito anos. “Comecei a imaginar a Preta engravidando aos 18 anos, como seria a vida dela. Acho que consegui levar para um lado bacana”, conta a atriz de 25 anos.
Para chegar ao exato perfil “mãe-pra-toda-a-obra” de Preta, Taís passou a observar ainda mais a própria família. “Em casa todo mundo é muito unido, muito carinhoso”, conta Taís que tem na mãe Mercedes e na irmã Cláudia, além de grandes incentivadoras, inspiração inesgotável para a personagem. Ainda mais agora que Cláudia se tornou mãe de gêmeos. “Minha vida mudou depois dos meus sobrinhos. Isso me ajudou muito. Sinto um amor incondicional por eles”, garante. 

Tamanha identificação com o universo infantil tem dado à atriz a oportunidade de alcançar um outro tipo de telespectador. As crianças ficam loucas por ela. “Noutro dia fui gravar num condomínio na hora em que chegava um ônibus escolar. Todas as crianças gritavam pela Preta”, surpreende-se. Taís já imaginava que isso poderia acontecer. “Lá no Maranhão me chamavam de Barbie Malibu”, conta referindo-se à versão negra da boneca americana. 

A atriz, que cresceu vendo Xuxa como ídolo, pois não tinha qualquer referencial de alguém de sua raça na televisão, acha que Preta - a quem chama carinhosamente de PB - “pretinha básica” - está contribuindo para que os negros, finalmente, tenham acesso a bons papéis e sejam evidenciados nas artes de um modo geral. “Não levantamos bandeira alguma. É uma reação bacana. As pessoas se sentem representadas, felizes em serem identificadas”, teoriza. 

Surpresa ao se dar conta de que em 2005 completa dez anos de carreira na tevê, Taís ainda não consegue imaginar a repercussão que terá seu papel em “Da Cor do Pecado” no futuro. “Tomara que eu ajude a criar pessoas bacanas para esse país sem o ranço de preconceito. No mínimo, vou ter belas histórias para contar aos meus netos”, planeja, sem esconder a emoção.



 Fonte: 2Uol




Sem comentários:

Enviar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...